Reforma política
será votada em abril
As próximas eleições devem ter cara
nova. Nos dias 09 e 10 de abril, a Câmara dos Deputados analisará e votará
alterações no processo eleitoral brasileiro. As datas foram definidas nesta
quinta-feira (28), em reunião entre o presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves
(PMDB/RN) e os líderes partidários; Santa Catarina foi representada pelo
deputado Rogério Peninha Mendonça (PMDB/SC).
De acordo com Peninha, cinco propostas
principais serão avaliadas:
- Coincidência de eleições: os pleitos municipais, estaduais e federais serão realizados todos de uma vez, desde o cargo de Vereador ao Presidente da República;
- Fim da coligação na eleição proporcional: partidos não poderão juntar-se a outros para fortalecer a legenda. A regra vale só para Vereadores, Deputados e Senadores. Nas eleições para Prefeito, Governador e Presidente, o molde atual continua valendo;
- Financiamento público exclusivo de campanhas: empresas e pessoas físicas não poderão doar dinheiro aos partidos ou candidatos. As despesas serão bancadas com dinheiro do governo;
- Implantação do Sistema Belga de eleição: o eleitor poderá votar na lista fechada, com candidatos escolhidos pelos partidos, ou diretamente nos candidatos de sua preferência, como ocorre hoje;
- Ampliação da participação popular: na Internet, por meio de assinatura digital, o eleitor poderá opinar sobre projetos de seu interesse.
Líderes partidários se reúnem
desde 2011, em busca de um consenso sobre a Reforma Política. Como os discursos
destoam, o presidente da Câmara decidiu pôr o projeto em análise e votação,
mesmo com divergência de opiniões. “A Casa tem de ter a coragem de enfrentar o
voto sim e o voto não. A maioria que ganha e a minoria que respeita”, resumiu
Alves.
Para Peninha, as propostas
parecem interessantes, porque darão mais modernidade e transparência ao
processo. “Não concordo com todas, tenho algumas ressalvas para fazer, mas isso
também é parte da democracia”, disse ele. De acordo com o deputado catarinense,
uma das mais importantes mudanças é a coincidência de eleições: “Com disputas de
dois em dois anos, o desenvolvimento do Brasil fica emperrado. Precisamos
resolver isso logo, unindo todos os pleitos”.