PMDB dá grito de independência
11 de maio de 2012
Não foi apenas um Encontro Estadual do Força 15 que aconteceu no Hotel Castelmar, com a presença de algumas de suas lideranças. Foi uma proclamação de independência e um grito de liberdade política e eleitoral em relação as eleições municipais e, sobretudo, sobre a disputa ao governo em 2014.
Pelo menos três oradores reafirmaram a tese da chapa própria do PMDB ao governo: o deputado Mauro Mariani, o prefeito Dário Berger e o ex-governador Paulo Afonso Vieira. E, não por simples coincidência, os três se homenagearam reciprocamente com manifestações elogiosas e pacto político de unidade.
Deputado federal mais votado nas últimas eleições, Mauro Mariani foi o mais mordaz nas críticas ao governo estadual e na declaração de autonomia. Disse que não tem nada a ver com a atual administração e que o partido errou ao abandonar o projeto próprio em 2010. Insistiu em candidatura dentro de dois anos.
Dário Berger enfatizou que o PMDB tem que se preparar para ser o principal protagonista nas eleições de 2014. Não admite que venha a ser coadjuvante. Não mencionou mas referia-se, claro, às últimas eleições, em que o partido abriu mão da candidatura de Eduardo Moreira para se aliar a Raimundo Colombo, do PSD.
- O desafio é a sucessão estadual afirmou o prefeito da Capital. O PMDB tem que ser maior este ano para novas conquistas futuras.
A proclamação mais contundente partiu do ex-governador Paulo Afonso Vieira. Fez um histórico de sua vida e do PMDB, relatando que desde os oito anos tem militância partidária. E que depois de sua família, o que mais tem marcado sua trajetória em 46 anos tem sido o PMDB. Incentivou os líderes presentes às lutas futuras, depois de mencionar conquistas passadas.
Investidas
Para o ex-governador, o apoio que o PMDB dá ao atual governo é só administrativo: Se num município, o partido do governador tiver um candidato contra nós, nós vamos derrotar o candidato do governador e o governador.
Incentivou e prometeu idêntico tratamento em relação ao PT: Se o partido da presidente da República tiver candidato a prefeito, vamos derrotar o candidato do partido da presidente e a presidente.
Paulo Afonso Vieira ratifica a tese de que as eleições de Florianópolis serão decisivas para as próximas eleições ao governo. Aqui estão sendo redigidas as primeiras páginas das eleições de 2014. E descarregou elogios em Dário Berger o maior prefeito da história de Florianópolis e oxigenou a candidatura de Gean Loureiro.
O presidente estadual, Eduardo Moreira, que há dois anos decidiu pela aliança com Raimundo Colombo, testemunhou toda a nova retórica de independência partidária. Não se manifestou. Suas declarações foram todas de unidade do PMDB e de seu potencial para as próximas eleições. Citou os números sobre a estrutura atual que coloca o partido como o maior de Santa Catarina e das perspectivas eleitorais.
Ouvido depois, Eduardo Moreira disse que os discursos revelam a pujança do partido e que o futuro da coligação vai depender das eleições municipais e do tratamento que o PMDB receber do governador.
O vice já levou apreensão ao governador sobre a campanha contra as Secretarias Regionais. Colombo respondeu que o PMDB é sócio do governo e defende a coligação. A divergência, contudo, está ficando cada vez mais evidente.
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